É inacreditável! Eu não acreditaria se essa denúncia fosse feita através de um morador. Eu acharia que era uma fofoca política, aqueles exageros que as pessoas contrárias ao prefeito criam e, até mesmo, aumentam. Dando uma dimensão escandalosa para atingir o prefeito. Mas, só acreditei porque foi publicada e assinada pelo jornalista Edelvanio Pinheiro, a quem admiro e tenho respeito pela sua seriedade e ética jornalística. A notícia publicada por Edelvanio, mostra que o município de Itanhém está fazendo 65 anos de emancipação política e, pasmem leitores, sem cemitério para enterrar seus mortos. O município recebe, por um lado, o regozijo dessa comemoração da sexagenariedade política, por outro lado, recebe a censura e críticas por não ter o respeito com seus mortos, negando a estes um lugar para o eterno repouso dos seus restos mortais. Itanhém nega um cemitério aos seus mortos. Lendo a matéria do Edivânio, fico chocado com o que está lá escrito:“problema veio à tona, com relatos perturbadores de defuntos sendo desenterrados para dar lugar aos novos falecidos.” Meu Deus! Algumas perguntas surgem na minha cabeça no exato momento que leio esse trecho: para onde estão levando os restos mortais dos que ali estavam enterrados? Onde estão depositando essas ossadas? As famílias estão sendo consultadas e dando licença para a remoção dos restos mortais dos seus familiares? Isso parece até um texto do grande Dias Gomes, só que ao contrário. Dias Gomes, tem um texto que foi transformado em novela pela Globo, em que um prefeito do interior do Nordeste, na cidade fictícia de Sicupira, mas que retrata na realidade muitas das que encontramos na nossa Bahia, o tal prefeito, Odorico Paraguassu, quer inaugurar sua grande obra, o cemitério da cidade. Só que em Sicupira não morre ninguém, para que ele possa enterrar e fazer a inauguração. Ele chega a contratar um matador para ver se arruma um cadáver, o matador é um fracasso total. Bom, esse caso de Itanhém é o contrário daquele de Sicupira. imagino que Dias Gomes criaria nesse caso um prefeito preocupado em parar com as mortes. Já imaginaram um decreto municipal, proibindo de morrer na cidade, feito por um prefeito caricato tipo Odorico Paraguassu? Eu realmente não sei qual a solução que esse prefeito de Itanhém vai dar. De repente ele resolve acabar com a praça Otávio Mangabeira para transformá-la no novo cemitério.
Por Érico Cavalcanti
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