Jurandir, é um comunicador das redes sociais teixeirenses. Ele adotou o sugestivo nome de “Boca do Povo”, numa alusão as defesas que faz pelo povo, contra o desgoverno do ex-prefeito M.Belitardo. Uma administração com indícios de alta corrupção, chegando a ser denunciada pelo próprio irmão, o vereador Marcos Belitardo e pelo vereador Lucas Bocão. Esse Jurandir comunicador teve sua gestação durante a campanha do ex-prefeito Belitardo e nasceu nos primeiros meses da administração belitardiana. Atualmente Jurandir é uma espécie de alter-ego da população e um comunicador do escracho coletivo. Na psicologia, o alter-ego é uma segunda personalidade de alguém, um outro eu inconsciente. Quando assistimos um vídeo do Jurandir com todas aquelas denúncias, ou mostrando o desgoverno do ex-prefeito em diversas áreas da administração pública, logo vem a nossa mente, “é isso que eu gostaria de dizer”, quando ele escracha o ex-prefeito, vem também na mente,”é isso que eu gostaria de dizer”, assim, na impossibilidade de dizermos, por instinto,
transformamos Jurandir na nossa voz interior. O nosso alter-ego momentâneo.
Jurandir “Boca do Povo”, no momento atual, é a síntese da expressão, a ''voz rouca” das ruas. Como se fosse o tradutor dessa voz um tanto abafada, quase gutural, vinda de um fundo indefinido que ele, aos gritos, consegue que muitos entendam. Essa rouca voz das ruas em Teixeira de Freitas está dando um recado inconfundível. Pois além da rouquidão ela traz o escracho total, a esculhambação. Eu sou como João Ubaldo Ribeiro, não gosto desse termo, acho chulo, no meu tempo de criança falar isso era levar sabão na boca. Mas, honestamente, que outra palavra pode ser usada para o que estamos vendo acontecer em Teixeira de Freitas? Só esculhambação mesmo. Desgoverno também, mas desgoverno é pouco, esculhambação é mais “plurívoca”, como diria João Ubaldo Ribeiro, mais conotativa, mais colorida. Acho que basta qualquer um espiar com um pouquinho mais de atenção para a bolha administrativa criada pelo ex-prefeito Belitardo, para sentir a sensação de esculhambação que nos envolve por todos os lados.
Por Érico Cavalcanti
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