Antes de entrarmos no assunto desta coluna, vou retirar do grupo de vereadores dois vereadores. Não que eles tenham muita coisa em comum nessa posição que escolheram para combater o prefeito de Teixeira de Freitas. O vereador Lucas Bocão é de fato um opositor obstinado e persistente. Cumpre uma das funções para a qual foi eleito, a de fiscalizador do prefeito. Quando faz seu pronunciamento na tribuna da Câmara, ele consegue passar para quem ouve, a sua indgnaçao diante das atitudes tomadas pelo prefeito. Já o outro vereador que separei do restante do grupo, o Marcos Belitardo, irmão do prefeito, ele se intitulava de oposição ao prefeito, tinha gente que até acreditava nessa história, eu, por exemplo, cheguei a ter momentos que acreditei, cheguei até a usar uma frase que ele criou para nomear o pessoal que o irmão trouxe de fora e colocou na prefeitura, “os ratos forasteiros”. Na verdade, nunca soube de uma denúncia dele ao MP, denunciava e pedia documentos na tribuna da câmara, nada que pudesse comprometer a administração do irmão. Ontem, ele, que se colocava como opositor, às vezes até com um discurso inflamado, se absteve de votar contra um dos absurdos do irmão, o projeto que autoriza o prefeito a efetuar uma operação de crédito junto a Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil no valor total de 90 milhões de reais. Ontem o que ele fez com essa abstenção foi se calar, provou que em certos momentos o sangue fala mais alto. É mais um vereador que não deixará de ser vereador. Mostrou que não tem personalidade.
Quanto ao jogo da vergonha, todos contra o povo, prefeito e vereadores, a derrota do povo foi por um placar assustador. Não falo aqui dos 18 vereadores que votaram a favor do projeto para o empréstimo dos 90 milhões. Falo de uma derrota que colocará o município endividado por alguns anos. Os maiores culpados são os vereadores, nenhum deles usou o raciocinio, este ficou embotado pelo vazio que cada um andava carregando pra lá e pra cá. Esses vereadores, desse mandato, passarão para a história do município como os vereadores que na noite de Santo Apolónio, que foi senador romano no tempo do imperador Cômodo, destacando-se no senado como homem cheio de talentos, pautado por uma ética irrepreensível, extremamente culto e educado, conseguiram desconhecer o que é ética, traíram o povo que votou neles, esculhambaram o futuro econômico do município e apenas preencheram o vazio que cada um carregava.
Por Érico Cavalcanti
Comments